Carta aberta à sociedade e comunidade estudantil de Bacabal

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Com sentimento de gratidão dirigimos as nossas palavras aos nossos alunos e seus pais ou responsáveis, aos nossos irmãos de profissão, professoras e professores, e à sociedade de um modo geral.

Foram 03 dias de paralisação e 31 dias de greve nos quais estivemos em intensa agenda de atividades de reorganização da nossa classe: encontros, mesas de conversa, assembleias, formação sindical, cafés, vigílias, panfletagem, comunicação via redes sociais com uso de podcast, entre outros, para sensibilizar o governo a cumprir a sua responsabilidade com a educação pública, gratuita e de qualidade para todos os maranhenses. A pauta de reivindicações apresentada ao governo exige desde o piso salarial, passando pela reforma física das escolas, construção de quadras, bibliotecas, refeitórios, concurso público e muitos mais direitos.

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Durante esses dias, toda sorte de ameaça e abuso de poder político e econômico nos foram impostos, começando pela precipitação do governo em declarar ilegal a greve que ainda não se havia deflagrado, passando ora pelo silenciamento, ora pelo assédio moral da mídia oficial e a mídia comprada divulgando fake news sobre as condições estruturais das escolas da rede estadual, sobre os salários dos professores, intimidando professores contratados, ameaçando cortar o ponto das professoras e professores que resistissem em greve e não voltassem para a escola.

Todos esses mecanismos de coerção foram potencializados com a decisão acovardada, servil e suspeita de corrupção de membros da diretoria do SINPROESEMMA ao decidir unilateralmente aceitar as imposições do governo, desrespeitando e massacrando educadores e a educação pública.

Apesar de tudo isto, nós, professoras e professores do núcleo Bacabal não nos intimidamos e seguimos resistentes, recebendo as ameças, mas conscientes que “só a luta muda a vida”, decididos a só voltarmos para a escola após assembleia, o que ocorreu dia 05 de abril de 2023, na sede administrativa do sindicato.

Voltamos para a escola com o maior ganho politico que é a reorganização da luta da nossa classe, há muito tempo perdida na confiança dada a uma diretoria sindical subserviente, traidora de sua classe. A proposta do governo de aplicar o reajuste do piso de 11%, divididos em duas parcelas, de conceder cerca de cinco mil progressões e titulações e manter a mesa de diálogo com o sindicato, não é nenhum favor, pois todos estes pontos são direitos estatutários, consequentemente, obrigações governamentais descumpridas há anos, sua aplicação agora ainda não faz justiça com os direitos de professoras e professores do Estado do Maranhão.

Voltamos para as escolas com maior consciência política sindical e governamental, convictos que os nossos direitos vêm pelas mãos fortes dos que recuam para melhor se prepararem, mas não se curvam para os desmandos do sindicato nem para os autoritarismos do governo. Em 10 de abril de 2023 retornamos para as nossas atividades na escola com o compromisso de repor as aulas aos nossos respeitados e sujeitos de direitos, os nossos alunos. Porém, se houver quaisquer descontos de faltas, nenhuma aula será reposta.

Organizados na luta, a nossa perspectiva na luta de classe acende em nossos corações a nossa real e necessária participação nas tomadas de decisão: nada por nós sem nós! A partir de agora seguimos em constante estado de alerta contra as negações e reações do governo, e de luta por nossos direitos, sem entregar a nossa confiança em mãos alheias. Desde já convidamos os nossos queridos alunos para nos apoiarem e os nossos irmãos professores e professoras para continuarem participando conosco nas lutas diárias por uma escola pública, gratuita e de qualidade para todos os bacabalenses.

A luta não pára e dia 26 de abril – Dia Nacional de Paralisação pelo PISO – ofereceremos um café da manhã na sede do sindicato, avaliaremos os nossos atos e planejaremos os próximos passos.

Professor(a), essa luta é nossa!

Assinam:

Professoras e professores em alerta.

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Sobre o autor | Website

Sou blogueiro há mais de 16 anos na área de Educação e Concursos, com mais de 6.200 notícias publicadas. Tenho formação como Jornalista Técnico (Registro Nº 1102-MA - Ministério do Trabalho), sou Mestre em Ciência da Computação pela UFMA e atualmente Doutorando em Biotecnologia pela UFDPar. Em tempos de desinformação e fake news, o Castro Digital reafirma diariamente seu compromisso com um jornalismo sério, responsável e confiável. Aqui, você encontra informações seguras e de qualidade. Currículo Lattes.

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