A polêmica gestão presidencial de Jânio Quadros – Por Cristiane Lopes*
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Jânio da Silva Quadros foi o 4º presidente do Brasil eleito no período populista. Quadros teve seu mandato marcado por atitudes polêmicas, sendo lembrado mais por isso do que pelas medidas estritamente políticas adotadas na época.
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Chegando ao poder após o governo de Juscelino Kubitschek, Quadros tornou-se o primeiro presidente a exercer o cargo diretamente de Brasília, assim como foi também o primeiro a ter um vice-presidente de um partido de oposição (João Goulart – PDT). O mandato de Jânio durou apenas sete meses, ele era conhecido como uma pessoa que adorava estar em evidência, isso era perceptível desde a campanha eleitoral.

O período populista (1945-1964) tem como característica marcante o uso de recursos que fazem do político uma “pessoa do povo”. Os recursos utilizados por Quadros foram: jogar pó sobre os ombros para aparentar ter caspa, subia com uma vassoura no palanque, sendo ela também utilizada como tema de música da campanha, e comia sanduíches de mortadela tirados do próprio bolso quando estava em público.
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Essas atitudes, o fato de seu concorrente à presidência, Marechal Henrique Teixeira Lott não ter domínio de discurso, levaram Jânio a uma vitória fácil. Assumindo em meio a uma crise econômica deixada por Juscelino, Jânio apostou na política de moralidade pública e na aproximação com países comunistas.
Mesmo com um contexto político complexo, o presidente continuava a chamar mais atenção devido a pequenas atitudes corriqueiras polêmicas, como: proibir as brigas de galo, o uso de biquínis em concursos de miss televisionados e lança-perfume em bailes de carnaval.
Em meio à crise econômica, o presidente tomou atitudes que o levaram a uma crise política, quando ele passou a criticar publicamente as medidas políticas dos EUA em relação a Cuba e a situação se agravou com a condecoração de Che Guevara a Ordem do Cruzeiro do Sul.
Apesar do país estar em crise e criando certo desconforto nas relações com os EUA, todos foram pegos de surpresa pela renúncia do presidente, que no dia 25 de agosto de 1961, entregou uma carta onde renunciava ao cargo presidencial devido a “forças terríveis que se levantavam contra ele”.
Comenta-se que a carta com renúncia de Quadros foi mais jogo político popular dele, que esperava grande comoção nacional em torno de sua decisão e assim o Congresso seria obrigado a forçar seu retorno, no entanto isso não ocorreu, pois até os partidos de esquerda e os populares não o apoiavam mais.
Jânio Quadros foi um político que usufruiu muito bem e até de forma exagerada de artimanhas populares na campanha, porém suas atitudes atípicas, conservadoras e excêntricas no decorrer do mandato se sobrepõem a sua carreira política comprovando que nem sempre a tentativa exagerada de parecer popular é positiva aos olhos dos cidadãos.
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*Cristiane Lopes é acadêmica de Pedagogia no campus de Bacabal da Universidade Estadual do Maranhão.
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