Dilma deveria se indignar com as penas de morte no Brasil – Por Cleriston Carvalho*
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Senhora Presidente do Brasil,
Acho sim que Vossa Excelência deve demonstrar consternação e indignação pela aplicação de pena de morte a um de nossos cidadãos que cometeu crime de tráfico de drogas na Indonésia. Esse é um papel formal de um Estado em relação a outro, quando há certo “desconforto” diplomático. Mas acho também legítima a aplicação da pena de morte, visto que o criminoso passou por um processo legal, e que o azar dele foi traficar em um país com leis rígidas. Com isso, não quero dizer que sou a favor da pena de morte.
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Contudo, Senhora Presidente, deixando de lado as formalidades de Estado, Vossa Excelência deve voltar toda essa indignação para o nosso país, onde todos os dias são aplicadas penas de morte, de forma ilegítima e cruel, a seus cidadãos e a seus presos legais, sem contar as sentenças de morte por um Estado paralelo criado por traficantes deste país.
Vossa Excelência deve demonstrar também a cada segundo, Senhora Presidente, consternação por todas as famílias que tem seus filhos executados lentamente por uso de drogas mortais, e também pelas famílias daqueles presos legais que são decapitados, queimados vivos, entre outras barbáries que acontecem com frequência nas prisões de sua nação, que o vosso Governo e a Organização dos Direitos Humanos têm conhecimento, e que a Anistia Internacional qualificaria como “regressão aos direitos humanos”, tal como foi qualificada por ela a pena de morte na Indonésia.
Acrescentando a isso, ainda há as penas de morte que são aplicadas a cada dia aos seus concidadãos vítimas da inoperância do sistema de saúde e da falta de um sistema educacional que deixaria de executar (matar) as oportunidades de muitos brasileiros, e da pena de morte mais severa, que mata como um câncer toda a nação, conhecida rotineiramente como corrupção.
Possivelmente, Senhora Presidente, indignando-se de verdade por todas essas perturbações nacionais, pode-se evitar que outros brasileiros possam ser fuzilados por crime de tráfico de drogas em outro país.
A vida é um direito humano que deve ser respeitado de fato, não só na formalidade.
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*Cleriston Cavalcante Carvalho é Servidor Público Estadual do Maranhão na função de Técnico Ministerial.
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