Copa do Mundo FIFA 2014 no Brasil está atrapalhando a educação no país? – Por Vicente Bastos Pereira*

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Em outubro de 2007 quando a Federação Internacional de Futebol (FIFA) anunciou o Brasil como país anfitrião da Copa do Mundo FIFA 2014, nós brasileiros comemoramos de pé esse grande feito, afinal, a última Copa do Mundo de Futebol realizada no país foi em 1950, há mais de seis décadas, sem contar que essa copa tem um gostinho especial por sermos o país que mais produziu e produz até hoje os melhores jogadores do planeta, também por sermos donos de cinco merecidos títulos mundiais que nos qualificam merecedores desta parcial conquista.

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Entretanto, agregadas a escolha do Brasil como país sede veio críticas e protestos questionando os investimentos destinados para copa de 2014, e seis anos depois da escolha, em ano de Copa do Mundo FIFA no Brasil são preocupantes as constantes ondas de greves, manifestações, atos de violência e vandalismos que acontecem no país do futebol. Os cidadãos participantes das manifestações e os marginais camuflados responsáveis pelas atrocidades e atos de violência país a fora durante os protestos, quase sempre frisam “OS GASTOS NA COPA DE 2014”, como tema nas manifestações pelo país, principalmente nas 12 cidades-sedes ao justificar com propriedades que esses gastos seriam mais bem aproveitados se fossem usados para manutenção da saúde, educação, segurança e infra-estrutura do país ou para outros fins sociais que enriqueceriam os serviços públicos e diminuiriam as desigualdades sociais, e confesso, olhando por esse lado concordo plenamente.

No entanto, se relacionarmos “COPA DO MUNDO FIFA 2014 COM A EDUCAÇÃO DO PAÍS”, por exemplo, é fácil perceber que nem sempre é associável a primeira com a segunda. Em relação a primeira, a partir de 2006 quando o país formalizou sua candidatura e passou a concorrer vaga para sediar a copa, eu e muitos na condição de bons brasileiros almejávamos intensamente fazer parte da geração privilegiada por acompanhar o país como sede de uma copa mundo, na perspectiva que “O projeto Copa” na teoria fosse relevante na melhoria da infra-estrutura não só das cidades-sedes, mas do país, pois receberíamos turistas do mundo inteiro gerando novas fontes de renda, trazendo maior visibilidade internacional ao país, melhoria dos aeroportos, apoio da iniciativa privada gerando milhares de novos empregos para os brasileiros e não prejudicaria a educação com desvios de recursos que seriam disponibilizados para manutenção da mesma.

Porém, os fatos estão estendidos nos noticiários e meios de comunicações globais. Depois de pouco mais de seis anos da escolha do Brasil como país sede da Copa do Mundo FIFA 2014, mesmo o país sendo a 6ª maior economia do mundo os fatos apresentam uma saúde péssima, hospitais em condições lamentáveis e quando bem estruturas o problema se estende por falta de mão de obra qualificada, aponto ainda o uso irracional dos recursos públicos na construção dos estádios, um sistema de segurança que não transmite segurança ao contribuinte entre outros. Na educação é muito pior vendo que a educação assume uma responsabilidade além da sala de aula na formação social e científica de qualquer nação, podendo até prever tais atrocidades e impedi-las de acontecerem ao educar gerações, mas pra isso, falta o manejo metódico dos recursos matérias, financeiros e humanos funções essas delegadas aos representantes das esferas: federal, estadual e municipal.

Expondo um ponto de vista individual, trago aqui os seguintes questionamentos: A copa do mundo só gera despesas? Bilhões em investimentos na copa eram ou poderiam ser para educação? Atualmente a educação se arrasta apresentando várias deficiências pelo simples fato do país ser sede da copa do mundo em 2014? Se o país não fosse sede, a educação estaria melhor? Os investimentos para educação não diminuíram por conta da copa? Em fim, reflexões sobre o assunto deverão ser feitas antes de associarmos o insucesso da educação à copa do mundo no Brasil.

De fato, “O Projeto Copa” tem gerado despesas até incalculáveis do ponto de vista dá má aplicação dos recursos e realização das metas há tempos pré-definidas resultando num super faturamento dos serviços que chegam a bilhões em números, e com certeza, com ou sem copa a educação dificilmente estaria melhor das pernas, até digo que os investimentos direcionados à educação nunca pararam por causa da copa e atualmente só aumentam mesmo que em passos lentos, porém, um dos grandes problemas está na condução da copa e não na realização do evento. No caso da hipótese do país não ter sido escolhido como país sede, os bilhões de investimentos não seriam transformados em investimentos para educação, principalmente porque grande parte dos investimentos não visam retornos sociais formadores que a educação oferece, e sim, retornos financeiros imediatos e crescimento econômico, por essas e outras, gosto de pensar que somos merecedores por sediar a copa 2014, mesmo sendo justificáveis os pontos negativos que existem no meio do processo.

Devemos olhar a Copa do Mundo 2014 no Brasil com os dois olhos. É verdade que os bilhões de investimentos são gastos exageradamente, os desvios, superfaturamento e incompetência das empresas responsáveis pelas obras, pois é sabido que, quanto mais demoram mais cara se tornam a construção dos estádios, e boa parte desse dinheiro sai do bolso do contribuinte, do bolso do povo. Mesmo assim, também existe o ponto de vista positivo da copa no país PENTA CAMPEÃO MUNDIAL DE FUTEBOL, a começar com a visão dos apaixonados que já esperam 64 anos da última copa do mundo realizada no país, na visão econômica a construção de estádios gerou milhares de novos empregos, já é realidade que o futebol no Brasil gera rendas e empregos ao um bom tempo, sendo responsáveis por milhões em arrecadações para os cofres públicos e de quebra alimenta a maior paixão dos brasileiros “O FUTEBOL”.

Depois de todas as discussões, debates e opiniões de punho pessoal, devo admitir que o sucesso da Copa do Mundo FIFA no Brasil 2014 confirmará quem somos. Somos um país gigante pela própria natureza, criativos, apaixonantes e apaixonados por futebol, devemos participar dessa festa, torcendo pelo sucesso do evento, apoiando, ajudando a deixar um legado da copa onde possamos nos orgulhar no futuro, não deixando é claro de também cobrar, porque as críticas são reais e bem fundamentadas, e se realmente quisermos fazer justiça quanto aos absurdos ocorridos paralelamente podemos começar depois da copa, no dia 05 de outubro de 2014 pra ser mais exato, nas urnas, e não é a exclusão do país na participação de eventos internacionais que mudará isso, mas sim, a indicação dos bons como representantes, que poderão conduzir a realização de eventos de tamanha grandeza com sabedoria, transmitindo aos brasileiros total transparência na elaboração e aplicação dos recursos de diferentes naturezas. Pensem nisso!

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*Vicente Bastos Pereira – Professor das redes públicas municipal e estadual de ensino; Graduado em Licenciatura em Ciências, com habilitação em Matemática – UEMA; Pós-graduado em Reengenharia de Projetos Educacionais e graduando em Administração Pública – UEMANET. E-mail: [email protected]

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Sobre o autor | Website

Blogueiro há 15 anos da área de Educação e Concursos, já publiquei mais de 6.059 notícias; Jornalista Técnico (Registro Nº 1102-MA - Ministério do Trabalho); Mestre em Ciência da Computação (UFMA), Doutorando em Biotecnologia (UFDPar). Em tempos de desinformação e fake news, o Castro Digital reforça o compromisso com o jornalismo de qualidade. Publico informações de forma responsável e que você pode confiar. Currículo Lattes.

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