Greenpeace suspende bloqueio a navio no litoral do Maranhão
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Depois de dez dias bloqueando a âncora do Clipper Hope para impedir que o navio fosse carregado com ferro gusa no porto de Itaqui, em São Luís (MA), ativistas do Greenpeace suspenderam a ação nesta quinta-feira (24) em sinal de boa vontade, esperando por resultados positivos em audiência pública de hoje em Brasília.
A reunião com representantes do governo e da indústria do gusa foi convocada pela Comissão do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, após denúncias de ilegalidades no setor. Às 10h, a última ativista pendurada à âncora, Elissama Menezes, 20, voltou para o Rainbow Warrior.
O bloqueio ao navio cargueiro teve início no dia 14 de maio. Nesse mesmo dia, o Greenpeace divulgou o relatório “Carvoaria Amazônia”. Resultado de dois anos de investigação, o documento mostra como a produção de carvão vegetal na região de Carajás está associada à extração ilegal de madeira, uso de trabalho análogo ao escravo e invasão de terras indígenas. O carvão é elemento fundamental na produção de ferro gusa. Este, por sua vez, é principalmente exportado para os Estados Unidos, onde vira aço para a produção de veículos por grandes montadoras.
Na semana passada, o Greenpeace protocolou uma denúncia no Ministério Público Federal do Maranhão, que abrirá uma investigação sobre os indícios apontados no relatório.
Abordo do navio Rainbow Warrior, o Greenpeace iniciou uma expedição pelo Brasil em abril, quando lançou uma campanha nacional pelo Desmatamento Zero. Movimentos sociais – como Via Campesina e vários sindicatos de trabalhadores rurais da Amazônia –, movimentos indígenas, ONGs e artistas já expressaram publicamente seu apoio. Assim como a sociedade civil, em geral: em pouco mais de um mês, quase 280 mil pessoas já assinaram a petição por uma lei de iniciativa popular pelo fim do desmatamento no país. Quando 1,4 milhão de assinaturas forem recolhidas, o projeto será encaminhado ao Congresso.
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Referência: Greenpeace.
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