Professor, herói ou bandido? – Por José Maria*
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No dia 15 de Outubro, comemora-se o dia do Professor. Isso está grifado em qualquer calendário de sua sala, do seu quarto, da sua cozinha, ou mesmo do seu banheiro.
Mas, o que tem o Professor a comemorar nesta data? Pare e pense, quanto ganha esse profissional do ensino, quer seja na rede Municipal, quer seja na rede Estadual. Pare e pense, quantas vezes a Secretária de Educação, convidou esses profissionais para uma reciclagem? No Brasil, estes profissionais, são tratados com desdém, desrespeitados, achincalhados.
No meu Maranhão então, a governadora Roseana Sarney, atrasa os salários dos professores da Rede Estadual, entre dois até três meses, e entende ser normal. E argumenta que os outros faziam a mesma coisa, não consigo entender que outros, se a prole da cara pálida, está há um pouco mais de 40 primaveras, abrindo e fechando os Cofres Publico do Estado. Não pode. É uma politica grosseira, tosca, tacanha, violenta, que fere a dignidade daquele que doa o melhor de si.
É uma politica imoral, indelicada, daquela que tem a função de zelar, pela ciência do conhecimento. Sabemos e temos consciência que a cortesia não é o verve dos indicados. Os maus educados, os indecorosos, esse ranço do atraso, ataca por que a demência dos governantes, desfila lado a lado, com a vaidade, destilando incompetência.
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Aqui em São Paulo, nestes anos de PSDB virou mania jogar a Policia Militar sobre os Professores, basta reunirem-se no vão do MASP, na Avenida Paulista em dia de sexta feira. Atira-se pimenta nos olhos destes profissionais, coloca-se a Cavalaria para atropelá-los, solta-se os cães para atacá-los, como fossem todos verdadeiros bandidos, a desonrar a Pátria Mãe Gentil. Não se percebe diferenças, entre o chamado regime democrático do PSDB, e as truculências do Coronel Erasmo Dias, nos chamados anos de chumbo, quando adorava invadir a USP. Tudo se parece, tudo se mistura, tudo se iguala.
Os professores, reúnem-se na Avenida Paulista, apenas para chamar a atenção das pessoas que são maus remunerados, e o Governador desce-lhes porretes e porretadas representado na figura da nossa Gloriosa Policia Militar. Professor, é ameaçado em sala de aula, por delinquentes que se transvestem de estudantes, em alguns casos são agredidos moral e fisicamente, e o Estado assiste a tudo passivamente, de braços cruzados, com os dedinhos à boca, o pirulito à mão, como se nada estivesse com essa falta de vergonha, para não escrever outra coisa.
Um professor para sobreviver tem que dá aula em várias escola, logo não há tempo para reciclagem, e o ensino é este engodo que sabemos. Meninos e meninas que não sabem escrever e sabem ler, outros não sabem ler mas tentam saber escrever, e se sabe escrever, não entende o que ler, e assim faz-se uma salada humana de ignorância e desconhecimento, e vamos caminhando lado a lado com a desfaçatez de que estamos todos aprendendo, e abraçando a ciência do conhecimento e do saber, com a desgraçada Aprovação Continuada.
Mas, a vida professor não é só desgraça.
Tenho vivo até hoje a imagem das minhas primeiras professoras. Recordo quando meu pai tomou em mãos dois tamburetes lá no interior do meu Maranhão, e levou eu e minha irmã, para alfabetização. Teodora, o nome da moça que me ensinou a desenhar as primeiras letras. Sou muito grato a ela. Nunca mais vi, mas jamais a esqueci. Depois fui estudar no ” Primeiro Ano A”, no Colégio Arariense, a minha professora chamava-se Maria de Ribamar Martins Pereira, hoje mora na Áustria, está bem sucedida, não leciona mais, tenho vivo na memória a caligrafia linda daquela jovem, nunca a perdi. No Colégio Arariense, tive os meus melhores momentos, ali escrevi e montei a minha primeira peça para o teatro de nome “Castigo Dividido”. É dessa Escola que carrego meus valores estudantis, que sempre a visito quando vou à Arari – MA, por toda minha gratidão, meu apresso, todo o meu encanto e meu contentamento.
Entendo que Professor é: aquele que professa a sua profissão, aquele que os nossos pirralhos chamam de tia no primeiro dia de escola, mesmo sem nunca ter-lhes visto, é aquele que além de ensinar demonstra afeto, dedicação, compromisso e derrama amizade, ainda quando o tempo passa e os ex-alunos cada um, segue o seu caminho pelas Universidades da Vida. Professor é aquele que berra, que grita com a turma do fundão.
Eu sempre me sentei no fundão da classe, e sempre tive a minha turma, que degustava amendoim durante a aula de matemática, e chupava mexerica durante a aulas de latim, só para irritar o professor, e jogava as cascas dentro de um saco e atirava na cabeça de Abelardinho, que sentava ao meu lado, e só queria falar de pescaria no Lago da Morte lá em Arari. Evidentemente, isso na nossa infância. Hoje continuo a estudar, mas sou comportado. Educadinho.Modelo de estudante.( rsrsrs ) Escrevo assim, para dizer que todos nós estudantes temos que sermos leais, com esse profissional amante das letras e do saber, que muito quer bem os seus alunos.
Professor é uma pessoa proba, de caracter reto, de comportamento íntegro, dedicado, honrado. Professor é um profissional que merece e deve ser tratado com respeito, com fidelidade pelo Estado, pelas Universidades, e não à ponta da baioneta ou dos coturnos da Policia Militar. A bandeira do professor é: o ensino, a dedicação, a lealdade e a transparência. A arma de um professor é: a caneta, o lápis, o caderno, o livro e a borracha.
A arma da Policia Militar é: revolveres, fuzis e metralhadoras.
Não é fácil ser professor no Brasil, e mais ainda em um Estado como o meu Maranhão. Por que os gestores públicos nomeados para cuidar da Educação, entendem que não tem nada com a função que lhes caiu no colo. Todo esse comportamento rude, e de abandono do Estado para com a Educação e o Professor, deixa de ser vergonhoso, e passa-se à desfaçatez legalizada aplaudida paulatinamente por gestores que estupram o Saber a inteligência de todos nós.
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*José María Souza Costa – autônomo e escritor, maranhense residente em São Paulo, capital.
Castro, primeiro bom dia.
Nossa quero parabenizar-lhe pelo teu site, um espaço belo, de fácil leitura, e vasto saber. estou envaidecido de ter reproduzido o meu texto.E você pode reproduzir quantos entender necessário. Basta fazer com fez, deixar um recado em meu comentário, para que eu possa vim ler e recomendar o teu site pelo twiter. Adorei, estou envaidecido.
Abraços, querido.
de: José Maria Souza Costa
blog:
josemariacostaescreveu.blogspot.com