Albinos e a discriminação
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Serge tem seis anos e atividades normais para uma criança de classe média alta camaronesa. Vai à natação, frequenta uma escola privada e gosta de futebol. Mas em uma idade em que qualquer atributo físico é motivo para um apelido, Serge tem um problema a mais. É um albino na África subsaariana.
— O único cuidado especial que temos é o protetor solar. Mas às vezes ele chega em casa chorando porque alguém chamou ele de “branco estragado” — revela o pai, que prefere não publicar a foto do menino magro e sério, com as duas bóias azuis em uma piscina.
Em localidades rurais, as dificuldades desta minoria costumam ir além dos apelidos. Há partes do continente em que os albinos são mortos e desmembrados. Viram peças de feitiçaria. Em Camarões, a integração parece mais próxima, já que há mais portadores de albinismo nas ruas que em países vizinhos (é mais comum ver um negro albino que um branco em Yaoundé). Segundo o doutor Entchoya, isto se deve a fatores genéticos.
— No leste do país a poligamia e o cruzamento entre parentes ainda é popular — argumenta o doutor.
Emannuel ganha a vida tocando o violão no restaurante Oásis, bairro de Essos, Yaoundé. Ali, onde um prato de comida custa 4 mil cefas (R$ 16), o cantor embolsa em média 2 mil (R$ 8) em uma noite, o que não lhe permite comprar os óculos de grau de R$ 200 para voltar a ver direito. Os albinos têm geralmente problemas de visão, que alguns compensam com uma audição aguçada.
— Tenho dois filhos “normais” e vivo com eles. Antes dos óculos é preciso alimentá-los — explica.
À parte da visão, Emannuel diz não enfrentar problemas sérios por ser albino. Entre 16h e meia-noite, percorre as mesas tocando clássicos do cancioneiro camaronês e mesmo internacionais. Merece destaque a particular versão para Let it Be, dos Beatles, que rendeu a Emannuel 500 cefas (R$ 2). Assista:
Fonte: Clik RBS.
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E interssante que em 29 anos de vida nunca estudei nem trabalhei e nem morrei de nenhuma pessoa albina.